Roma não paga a traidores

Viriato

Em 155 a.C., o Império Romano dominava já todo o território leste e sul da Península Ibérica. Nesse mesmo ano começa a chamada Guerra Lusitana.
Entre 155 e 150 a.C. os combates sucedem-se, quase sempre favoráveis aos lusitanos. Até que, neste último ano, os lusitanos sofrem um grande revés. Tal deve-se à promessa do governador romano, Galba, de oferecer terras aos lusitanos. Mas a promessa era uma cilada. Com os lusitanos concentrados em poucos lugares perto dos romanos, Galba promoveu uma chacina.
Após a matança de Galba, segue-se um período de relativa acalmia. Até que no ano 147 a.C., os lusitanos irrompem num novo ataque aos romanos. Nesta altura, o governador romano Vetílio propõe um novo acordo de paz. Mas contra esse acordo levanta-se Viriato, um sobrevivente da chacina de Galba, que, lembrando aos lusitanos a perfídia dos romanos, apela à resistência.
Viriato, aclamado como "Rei" (Dux Lusitanorum), venceu o governador Vetílio. Os romanos reagiram, mas foram quase sempre vencidos em batalha.
Para Roma, a guerra estava a revelar-se um verdadeiro fracasso. Após vários desaires e uma pesada derrota em 140 a.C., os romanos propõem novamente a paz. Viriato firma o tratado e recebe o título de "amigo do povo romano" (amicus populi romani) pela humanidade com que tratou os inimigos vencidos na batalha de Arsa. No Senado Romano, porém, este tratado é visto como uma humilhação, e no ano seguinte, Roma rompe as tréguas e envia um novo governador para terminar a guerra.
O novo governador romano, Cipião, desencadeou uma ofensiva fulgurante, mas Viriato mantém a superioridade militar e força-o a pedir a paz. Envia dois emissários para negociar com Cipião, mas este suborna-os, prometendo-lhes grandes recompensas caso matassem Viriato. E assim aconteceu. Enquanto dormia, Viriato foi assassinado à punhalada.
Os lusitanos, enfraquecidos, acabaram por ser derrotados pelos romanos. A morte de Viriato marcou o início da ocupação romana no ocidente da Península Ibérica.
Quanto aos traidores, estes refugiaram-se em Roma, reclamando o prémio prometido. No entanto, as autoridades romanas ordenaram a sua execução em praça pública, onde ficaram expostos os seus corpos com a inscrição: "Roma não paga a traidores".

A morte de Viriato

2 comentários:

Anónimo disse...

Evangelho do domingo 10 de Setembro de 2017

Disse Jesus aos seus discípulos: "Ninguém pode servir a dois senhores: porque ou há-de indispor-se com um e amar o outro; ou há-de dedicar-se a um e desprezar o outro: Não podeis servir a Deus e a Mamom".

FAPP disse...

Talvez não seja de muito bom tom deixar esta citação, mas ela aqui fica:

«A História repete-se: a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa.»
Karl Marx, intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista (1818-1883)