Para compreender o Liberalismo

Cansado de ver tantas pessoas falar sobre o Liberalismo sem saber nada do assunto, achei por bem divulgar um capítulo inteiro de uma obra de Monsenhor Marcel Lefebvre, no qual fica bem patente em que consiste o erro do Liberalismo.

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Soberania divida é soberania perdida

Estandarte do século XIX.

Não sei que raiva é esta contra os Reis, que é o mesmo que dizer contra a unidade e concentração de todos os poderes em um sujeito; ao mesmo passo que as lições da experiência e da história depõem altamente contra esta pretensão maçónica de fazer ou retalhar em diferentes quinhões o Poder Soberano!
Como se fundaria a Monarquia Portuguesa, se os das Cortes de Lamego fossem todos Soberanos, e só deferissem o poder supremo a El-Rei D. Afonso Henriques nos lances de apertos, para lho tirarem, apenas se restabelecesse a boa ordem e a segurança pública? Qual dos Reis desta Monarquia terá sido um verdadeiro tirano? Ainda que o fossem; estou pelo dito judicioso do grande Padre Vieira: antes sofrer um ladrão, do que um cento deles; porém a verdade histórica nos afiança que nenhum dos nossos Príncipes se inclinou para a tirania.

D. Frei Fortunato de São Boaventura in «O Mastigoforo», 1824.

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As palavras de Frei Fortunato (Lente de Coimbra e Arcebispo de Évora) não valem apenas como autoridade intelectual e prestigiada do Clero, valem sobretudo como testemunho ocular de todos os acontecimentos que levaram à queda material da Monarquia Portuguesa. D. Fr. Fortunato não só conheceu a verdadeira Monarquia Tradicional, como foi contemporâneo do surgimento da Maçonaria em Portugal (1802), da Revolução Liberal do Porto (1820), da primeira Constituição escrita (1822), da guerra entre liberais e absolutistas (1828-1834), e sobretudo, conheceu directamente a demagogia dos liberais. No entanto, aparecem agora auto-proclamados "monárquicos tradicionalistas", com associação já montada e tudo, a difundir ideias em tudo semelhantes às dos liberais do século XIX. Curioso, não?! Quase até parece uma vingança do liberalismo maçónico: para abafar o tradicionalismo autêntico e evitar que verdadeiros tradicionalistas se levantem, criaram um falso tradicionalismo monárquico que intercepta quem se queira aproximar do verdadeiro tradicionalismo.

Carta de Alexandrina de Balazar a Oliveira Salazar


Excelentíssimo Senhor, digníssimo Presidente do Conselho.

Muito cheia de vergonha e de confusão, venho escrever a Vossa Excelência para cumprir um dever de consciência. Se não fosse esta a vontade de Nosso Senhor, preferiria não o fazer, pois sou uma simples rapariga de campo e confesso-me indigna de escrever a Vossa Excelência. Sofro desde quando tinha 14 anos e por isso faz 22 anos que não sei o que seja viver sem dor. Desde há 15 anos e meio que estou de cama sem jamais poder levantar-me. Nosso Senhor não olhou à minha indignidade, nem à minha grande miséria. Escolheu-me como vítima. Tenho vivido e ainda vivo, graças a Deus, muito desconhecida, fazendo conhecer a minha vida só ao meu Director Espiritual; e não a qualquer outro; a isto obriga-me a necessidade, pois eu não tenho forças para escrever, como desejava: dito apenas e com grande sacrifício. Ora Nosso Senhor veio pedir-me mais este sacrifício. Por amor a Ele aceitei-o com a confiança de que será de muito proveito para as almas. É esta a razão por que me dirijo deste modo a Vossa Excelência, Senhor Doutor Oliveira Salazar. Foi no dia 2 do corrente mês que Nosso Senhor me disse, entre outras coisas, isto:
«– Vai depressa como uma mendiga pedir a esmola para Jesus. Vai a pôr termo depressa, muito depressa à desmoralização das praias. Escreve a Salazar. É ele, só ele, mais que todos os sacerdotes, a pôr termo a tanto pecado. Pede-lhe com insistência que faça mais isto pela Causa de Jesus e por Portugal. Prometo-lhe auxílio e conforto em todos os perigos e necessidades. Prometo-lhe o Céu. Ele, com a autoridade, também pode pôr termo ao pecado da carne, proibindo e castigando».
A mim cabe-me só dizer os desejos de Nosso Senhor. Vossa Excelência fará agora o que desejar, o que achar melhor. Nas minhas pobres orações e sofrimentos não me esqueço de Vossa Excelência, implorando as bênçãos e as graças do Céu, assim como a luz do divino Espírito Santo para que possa continuar a ser a luz e a salvação do nosso caro Portugal; para isto não recuso a Nosso Senhor nenhum sacrifício nem sofrimento. Peço a grande caridade de manter absoluto segredo, como se fosse uma coisa revelada em confissão: pelo amor de Jesus e de Maria, que o meu nome seja esquecido, como se dele nunca tivesse ouvido falar. Sei que é esta a vontade de Nosso Senhor, e portanto também a minha: viver desconhecida aos olhos do mundo. Com a máxima consideração e respeito assino:

A pobre Alexandrina Maria da Costa.

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É curioso notar que a 7 de Setembro de 1940, poucos dias após esta carta, no jornal poveiro Ideia Nova, se anunciam providências governamentais com vista à moralização das praias.
A 12 Outubro, o mesmo jornal aborda de novo a questão, escrevendo: «Todos os excessos e abusos que contrariam a linha moral de um povo, embora importados, devem ser reprimidos com inteligência e energia, para defesa daquelas tradições de honestidade e carácter que são dos elementos que melhor dignificam e definem um povo».

O triunfo dos porcos



Hoje não há uma só blasfémia ou imoralidade que seja proibida... Uma obra moderna pode consistir numa dança desenfreada de todos os demónios e de todos os porcos. Pode incluir qualquer coisa e qualquer pessoa, excepto alguém capaz de exorcizar os demónios e espantar os porcos.

G. K. Chesterton in «On Lying in Bed and Others Essays».

Combater a doença com mais doença?


«Ninguém poderá extinguir a Revolução – escrevia Augusto Comte – com as mesmas teorias com que foi iniciada. O que serviu então para destruir, não pode hoje servir para construir!» Fixemos a sentença do filósofo, que é da mais franca e sincera actualidade. A República não seria possível, se não tivesse sido possível o Constitucionalismo. Não o olvidemos nunca!

António Sardinha in «Na Feira dos Mitos», 1926.

A democracia é naturalmente desorganizada


Uma democracia não se organiza, porque a ideia de organização em qualquer grau que seja, exclui, também em qualquer grau, a ideia de igualdade: organizar é diferenciar e é, em consequência, estabelecer graus e hierarquias.

Charles Maurras in «Enquête sur la Monarchie», 1900.

Maçonaria: escola de vulgarização e maçons sem avental


Digam aos neófitos que a Maçonaria é antes de tudo uma escola de vulgarização e aperfeiçoamento, uma espécie de laboratório onde as grandes ideias do momento vêm a se combinar e firmar, para se espalhar pelo mundo profano sob uma forma palpável e prática. Digam-lhes, numa palavra, que somos a Filosofia do Liberalismo.

Eugène Goblet d'Alviella, discurso na Loja dos Amigos Filantrópicos de Bruxelas, 5 de Agosto de 1877.


A Franco-Maçonaria pode tornar-se uma vastíssima associação, sobretudo se ela se espiritualiza, divulgando os seus princípios, sem exigir aos que os aceitam que venham tomar parte nos mistérios das lojas. Os mações sem avental são muitas vezes os melhores. Por que não favorecer a sua auto-formação?

Oswald Wirth in revista «Le Symbolisme», Outubro de 1912.

A República "Francesa" contra os bons costumes

Francesas na praia (início do século XX)

A República Francesa – como revolucionária e maçónica – rejeita a moral e os bons costumes dos seus antepassados católicos.
A República Francesa – como revolucionária e maçónica – tanto promove aquilo que o Islão tem de mau, como ataca aquilo que o Islão tem de bom, ou de potencialmente bom.
Perante isto, ninguém se pode admirar que grandes e graves castigos recaiam sobre a França.

Ao longo de milénios, na nossa Civilização católica e europeia, o pudor sempre foi visto como uma virtude a desejar e a manter. Porém, hoje querem nos fazer crer que o pudor é um vício de extremistas radicais, e que nada tem a ver com a nossa civilização e cultura.

Democracia directa? Não, obrigado!


Um grupo de pretensos cristãos tem vindo a apresentar a democracia directa como sendo uma ideia cristã. A esses, caso estejam de boa-fé, importa esclarecer que a democracia, seja directa ou indirecta, não é cristã. Ou tal como disse Garrett L. Gray: O Cristianismo não é democrático, e a Democracia não é cristã. A única coisa que as pessoas na Bíblia alguma vez votaram, foi a Crucificação.

Os dogmáticos modernos


O mundo moderno encontra-se repleto de homens que defendem dogmas tão avidamente que nem se apercebem que são dogmas.

G. K. Chesterton in «Hereges», 1905.

Os católicos mornos ou liberais

Imagem de Santo Zelo

Conheço as tuas obras e sei que não és frio, nem quente. Antes fosses frio ou quente! Mas como és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da Minha boca.

Apocalipse III, 15-16