Decreto de expulsão de judeus e mouros


Qui non sunt de Mauris, et de infidelibus Iudaeis, sed Portugalêses
Acta das Cortes de Lamego, 1139


Numa altura em que o governo ilegítimo da República aprova o decreto-lei que atribui a nacionalidade portuguesa aos descendentes de judeus sefarditas, é conveniente recordar a não revogada declaração de el-rei D. Manuel no édito de expulsão de 1496:

Que Judeus e Mouros se saiam destes Reynos, e nom morem, nem estem nelles. Porque todo fiel Christão sobre todas as cousas he obriguado fazer aquellas que sam serviço de Nosso Senhor, acrecentamento de sua Sancta Fee Catholica, e a estas nom soomente devem pospoer todos os guanhos e perdas deste mundo, mas ainda as próprias vidas, o que os Reys muito mais inteiramente fazer devem, e sam obriguados, porque per Jesu Christo Nosso Senhor sam, e regem, e delle recebem neste mundo maiores merces, que outra algua pessoa, polo qual sendo Nós muito certo, que os Judeus e Mouros obstinados no ódio da Nossa Sancta Fee Catholica de Christo Nosso Senhor, que por sua morte nos remio, tem cometido, e continuadamente contra Elle cometem grandes males, e blasfémias em estes Nossos Reynos, as quaes nom tam soomente a elles, que sam filhos de maldiçam, em quamto na dureza de seus corações esteverem, sam causa de mais condenaçam, mas ainda a muitos Christãos fazem apartar da verdadeira carreira que he a Sancta Fee Catholica; por estas, e outras mui grandes e necessarias razões, que Nos a esto movem, que a todo Christão sam notorias e manifestas, avida madura deliberaçam com os do Nosso Conselho, e Letrados, Determinamos, e Mandamos, que da pubricaçam desta Nossa Ley, e Determinaçam atá per todo o mez d'Outubro do anno do Nacimento de Nosso Senhor de mil e quatrocentos e noventa e sete, todos os Judeus, e Mouros forros, que em Nossos Reynos ouver, se saiam fóra delles, sob pena de morte natural, e perder as fazendas, pera quem os acusar. E qualquer pessoa que passado o dito tempo tever escondido alguu Judeu, ou Mouro forro, per este mesmo feito Queremos que perca toda sua fazenda, e bens, pera quem o acusar, e Roguamos, e Encomendamos, e Mandamos por nossa bençam, e sob pena de maldiçam aos Reys Nossos Socessores, que nunca em tempo aluu leixem morar, nem estar em estes Nossos Reynos, e Senhorios d'elles, ninhuu Judeu, nem Mouro forro, por ninhua cousa, nem razam que seja, os quaes Judeus, e Mouros Leixaremos hir livremente com todas suas fazendas, e lhe Mandaremos paguar quaesquer dividas, que lhe em Nossos Reynos forem devidas, e assi pera sua hida lhe Daremos todo aviamento, e despacho que comprir. E por quanto todas as rendas, e dereitos das Judarias, e Mourarias Temos dadas, Mandamos aas pessoas que as de Nós tem, que Nos venham requerer sobre ello, porque a Nós Praz de lhe mandar dar outro tanto, quanto as ditas Judarias, e Mourarias rendem.

El-Rei D. Manuel
Vila de Muge
5 de Dezembro de 1496

A Hungria resiste!


Mais uma vez o governo de Viktor Orbán está de parabéns. Depois da aprovação da nova Constituição em 2012, a Hungria volta a dar provas de resistência ao secularismo mundial: A partir de 1 de Março de 2015 entrará em vigor a nova lei que proíbe a abertura do comércio aos Domingos. Uma óptima medida e que vai de encontro ao 3º Mandamento da Lei de Deus que obriga à santificação dos Domingos e festas de guarda.

Monsenhor Lefebvre e a Monarquia Francesa

D. Luís XVI de França

Vocês compreenderão assim que o meu pensamento político pessoal sobre o regime que melhor convém, por exemplo para a França, não tem muita importância. Os factos falam por si mesmos: a monarquia francesa nunca conseguiu realizar o que conseguiu a democracia: cinco revoluções sangrentas (1789, 1830, 1848, 1870, 1945), quatro invasões estrangeiras (1815, 1870, 1914, 1940), duas desapropriações dos bens da Igreja, expulsões de ordens religiosas, supressão de escolas católicas, laicizações de instituições (1789, 1901), etc. No entanto, dirão alguns, o Papa Leão XIII pediu o "ralliement" dos católicos franceses ao regime republicano (que provocou uma catástrofe política e religiosa). Outros criticam esta atitude de Leão XIII, classificando-a e ao seu autor, de liberal. Não creio que ele fosse um liberal e muito menos um democrata. Acreditou apenas suscitar uma boa combinação para o bem da Religião em França; mas vê-se claramente que esquecia a origem da constituição irremediavelmente liberal, maçónica e anti-católica da democracia francesa.

Mons. Marcel Lefebvre in «Do Liberalismo à Apostasia: A Tragédia Conciliar», 1987.

D. Duarte: "Charlie Hebdo é um pasquim nojento"


Para que não pensem que só aponto os defeitos de D. Duarte de Bragança, é com grande satisfação que informo que o Herdeiro da Coroa considera o Charlie Hebdo um jornal nojento. Diz "ser completamente inaceitável o que esse jornal fazia". E acrescenta: "Se eu me colocar na rua com um altifalante a insultar a sua mãe, o seu pai ou os seus avós, obviamente que isso tem as suas consequências". E ainda considera "não fazerem sentido nenhum, essas homenagens aos jornalistas".

Pode um católico pertencer ao Rotary Club?


Segundo os próprios rotários, o Papa Francisco é membro honorário do Rotary Club de Buenos Aires desde 1999. Mas impõe-se a questão: Pode um católico pertencer ao Rotary Club? Vejamos o que diz o Santo Ofício:

Foi perguntado a esta Suprema Sagrada Congregação se é lícito aos católicos darem o seu nome à associação vulgarmente chamada Rotary Club.
Os Eminentíssimos e Reverendíssimos Senhores Cardeais que estão à frente das coisas relativas à Fé e velam pela conservação dos costumes, tendo ouvido o voto dos Reverendíssimos Senhores Consultores, na sessão plenária havida na terça-feira, 20 de Dezembro de 1950, determinaram responder:
Não é lícito aos clérigos darem o seu nome à associação Rotary Club ou assistirem às suas reuniões; os seculares são exortados a cumprirem o que se ordena no cânone 684 do Código de Direito Canónico.
No dia 26 do mesmo mês e ano, o Sumo Pontífice Pio, pela Divina Providência Papa XII, na audiência concedida ao Excelentíssimo e Reverendíssimo Senhor Assessor do Santo Ofício, aprovou a resolução dos Eminentíssimos Padres e mandou publicá-la.

Dado em Roma, no Palácio do Santo Ofício, a 11 de Fevereiro de 1951.
Mário Mariani, notário da Suprema Sagrada Congregação do Santo Ofício.

O referido cânone 684 diz: São dignos de louvor os fiéis que dão o seu nome às associações que a Igreja promove ou que, pelo menos, têm a sua aprovação; porém, acautelem-se das sociedades secretas, condenadas, sediciosas, suspeitas ou que procurem subtrair-se à legítima vigilância da Igreja.

O poder e a manipulação dos Média

Uma imagem vale mais que mil palavras. Por isso, deixo à consideração dos leitores as diferentes perspectivas fotográficas de duas manifestações ocorridas em França. A primeira é da Frente de Esquerda, em Dezembro de 2013; a segunda é a Marcha Republicana, em Janeiro de 2015. Para ajudar à reflexão, relembro ainda a seguinte publicação: O que a imprensa quer torna-se "verdade"

Frente de Esquerda:


Marcha Republicana:

Contra o Liberalismo


Não aceitamos o mito do progresso contínuo. Não aceitamos liberalizações. Fujamos às tentações e aos caminhos escorregadios abertos pelo deslumbramento do "pluralismo". Não façamos desvairadas corridas a autonomias. Procedamos com firmeza e consciência, cultivando as minorias valiosas e sabendo ver onde elas estão. Sem medo ao extremismo, porque existe um extremismo indispensável: o do bem, da verdade, da justiça, que não tem acomodações, nem meias-tintas, nem hibridismo.

Adaptado de «Dominar as Ondas», nº2, II Série, 16-30 Junho 1972.

Intransigência, intolerância e fanatismo


A intransigência, o fanatismo, a intolerância são símbolos de fé, são as alavancas mais poderosas da Acção. Os transigentes, os tolerantes, os indiferentes são lesmas e cobardes, destinados ao desprezo ou às piores violências dos adversários fanáticos, intolerantes e intransigentes.
Intransigência, intolerância e fanatismo são termos pejorativos dum sentimento sagrado que se chama – a fé.
Há o fanatismo, a intolerância, a intransigência da Virtude e da Verdade, como há o fanatismo, a intolerância, a intransigência do Crime e da Mentira.
Só é fanático, intolerante e intransigente quem está convencido que é portador de verdade. A tolerância, a transigência, a indiferença são estados próprios de quem duvida, hesita e não se sente muito seguro da posição que ocupa.
Na luta entre o Bem e o Mal, entre a Santidade e o Pecado, entre Deus e Satã, não pode haver tolerância, transigência e indiferença, porque a sua presença só traz prejuízos para o Bem, para a Santidade e para Deus e vantagens para o Mal, o Pecado e Satã.
Porque foi fanática, intolerante, intransigente a Revolução conquistou o Mundo depois de ter mergulhado a França em Atlânticos de sangue. Porque é fanático, intolerante, intransigente o Comunismo está aí a governar o Mundo...
Porque foram fanáticas, intolerantes, intransigentes as Democracias ganharam a guerra. Porque não foi suficientemente fanático, intransigente e intolerante o Eixo, poupando a França, poupando os países ocupados – perdeu a guerra. Porque se não têm revelado fanáticas, intransigentes e intolerantes as Democracias ocidentais estão a ser vencidas pela Democracia oriental russa.
O fanatismo, a intolerância e a intransigência postas ao serviço da Verdade, da Virtude, do Bem e da Honra levam ao Heroísmo; postas ao serviço da Mentira, do Pecado, do Mal e da Cobardia levam ao Crime. Jeanne d'Arc e Robespierre; D. Sebastião e Marat; S. João de Brito e Estaline; Silva Porto e Buiça...
Têm-me acusado muitas vezes de fanático, intolerante e intransigente. Sou-o quanto pode sê-lo quem vive num século desvirilizado, essencialmente burguês, materialista e céptico, e percorreu as sete partidas do mundo da cultura à procura da verdade nova, para só encontrar verdades falsas, à busca desinteressada do Sol e só encontrou crepúsculos frios. Quando voltei, desiludido, à minha tenda levantada no meio do tumulto, verifiquei que a única solução acessível às minhas inquietações e angústias era a tradição. E regressei à secular tradição portuguesa – a Deus, à Pátria e ao Rei.
E sou fanático, intransigente e intolerante em defesa de Deus, da Pátria e do Rei, até mesmo contra os que falam em Deus desservindo-o, ou falam na Pátria traindo-a, ou falam no Rei deformando-o.

Alfredo Pimenta in jornal «A Nação», 24 de Janeiro de 1948.

Liberdade de expressão?

Charlie Hebdo escarnece da Santíssima Trindade

Continuemos agora estas considerações a respeito da liberdade de exprimir pela palavra ou pela imprensa tudo o que se quiser. Se esta liberdade não for justamente temperada, se ultrapassar os devidos limites e medidas, desnecessário é dizer que tal liberdade não é seguramente um direito. Pois o direito é uma faculdade moral, e, como dissemos e como não se pode deixar de repetir, seria absurdo crer que esta faculdade cabe naturalmente e sem distinção nem discernimento, à verdade e à mentira, ao bem e ao mal. À verdade e ao bem, há o direito de os propagar no Estado com liberdade prudente, a fim de que possam aproveitar um maior número; mas as doutrinas falsas, que são para o espírito a peste mais fatal, assim como os vícios que corrompem o coração e os costumes, é justo que a autoridade pública empregue toda a sua solicitude para os reprimir, a fim de impedir que o mal alastre para ruína da sociedade.

Papa Leão XIII in encíclica «Libertas Praestantissimum».

Do liberalismo à apostasia


Os católicos liberais introduzem os erros liberais no interior da Igreja e nas sociedades ainda católicas. É muito instrutivo reler as declarações dos Papas a este respeito e comprovar o vigor das condenações.
É de grande utilidade relembrar a aprovação de Pio IX a Louis Veuillot, autor do admirável livro "A Ilusão Liberal", e a do Santo Ofício a Dom Félix Sardá y Salvany para "O Liberalismo é Pecado".
O que teriam pensado estes autores se houvessem comprovado, como nós actualmente, que o liberalismo é rei e senhor no Vaticano e nos episcopados?
Destes factos surge a urgente necessidade para os futuros sacerdotes de conhecer este erro. Pois o católico liberal tem uma falsa concepção do acto de fé, como bem o mostra Dom Sardá (capítulo VII). A fé não é mais uma dependência objectiva da autoridade de Deus, mas um sentimento subjectivo, que em consequência, respeita todos os erros e especialmente os religiosos. Louis Veuillot no seu capítulo XXIII mostra que o princípio fundamental da Revolução Francesa de 1789 é a independência religiosa, a secularização da sociedade, e em definitivo a liberdade religiosa.
(...)
Com o fim de guardar e proteger a fé católica desta peste do liberalismo, parece-me que este livro chega muito oportunamente, fazendo-se eco das palavras de Nosso Senhor: "Aquele que crê será salvo, aquele que não crê condenar-se-á"; é esta a fé que o Verbo de Deus encarnado exige de todos aqueles que querem ser salvos. Ela foi causa da Sua morte e, seguindo o Seu caminho, de todos os mártires e testemunhas que a professaram. Com o liberalismo religioso, não há mais mártires nem missionários, mas somente destruidores da religião reunidos em volta da promessa de uma paz puramente de palavras.
Longe de nós este liberalismo, sepultura da Igreja Católica. Seguindo Nosso Senhor, levemos o estandarte da Cruz, único sinal e única fonte de salvação.

Mons. Marcel Lefebvre in prefácio a «Do Liberalismo à Apostasia: A Tragédia Conciliar».