Os dez mandamentos da higiene


1. Higiene geral – Levantar cedo, deitar cedo, ocupar o dia.
2. Higiene respiratória – A água e o pão sustentam a vida, mas o ar puro e o sol são indispensáveis à saúde.
3. Higiene digestiva – A frugalidade e a sobriedade são o melhor licor para a longa vida.
4. Higiene da pele – A limpeza preserva da ferrugem; as máquinas mais limpas duram mais tempo.
5. Higiene do sono – Um repouso suficiente repara e fortifica: um repouso longo amolece e enfraquece.
6. Higiene das vestes – Vestir-se bem e conservar o corpo, com liberdade de movimentos e calor necessário, preservando-o de toda a mudança repentina de temperatura.
7. Higiene da habitação – A casa limpa e alegre torna amável o lar doméstico.
8. Higiene moral – O espírito descansa e se adelgaça nas distracções; mas o abuso o arrasta para as paixões e estas aos vícios.
9. Higiene intelectual – A alegria faz amar a vida, e o amor da vida é o alvo da saúde. Ao contrário, a tristeza e o desânimo antecipam a velhice.
10. Higiene profissional – Se nutres o cérebro, não deixes paralisar teus braços e tuas pernas. Se ganhas a vida com a enxada, não te esqueças de ornar e embelezar a tua inteligência.

Fonte: «Voz de S. António: Revista Mensal Ilustrada», 9º Ano, Nº 16, Abril de 1904.

Da fantasia do "Povo Soberano"


Nós aprendemos pelo raciocínio e vimos pela experiência, que não é possível erguer sobre este conceito – a liberdade – um sistema político que efectivamente garanta as legítimas liberdades individuais e colectivas, antes em seu nome se puderam defender – e com alguma lógica, Senhores! – todas as opressões e todos os despotismos. Nós temos visto que a adulação das massas pela criação do «povo soberano», não deu ao povo, como agregado nacional, nem influência na marcha dos negócios públicos, nem aquilo de que o povo mais precisa – soberano ou não –, que é ser bem governado. Nós temos visto que tanto se apregoaram as belezas da igualdade e as vantagens da democracia, e tanto se desceu, exaltando-as, que se ia operando o nivelamento em baixo, contra o facto das desigualdades naturais, contra a legítima e necessária hierarquia dos valores numa sociedade bem ordenada.

António de Oliveira Salazar in discurso «Princípios Fundamentais da Revolução Política», 30 de Julho de 1930.

Dom Gualdim Pais


Dom Gualdim Pais, famoso Cavaleiro do tempo dos primeiros Reis de Portugal, nasceu em Braga, de nobre geração. Passou a militar na Síria, e foi um dos primeiros fundadores da famosa Ordem do Templo, juntamente com Arnoldo da Rocha, também Português, igualmente ilustre e valeroso. Naquela guerra fez Dom Gualdim assinalados serviços em obséquio da Fé contra os infiéis: Particularmente ostentou o seu valor na conquita das Cidades de Ascalão e Antioquia; Achou-se em muitas batalhas campais e sempre com glorioso nome. Voltou cheio de fama a Portugal, onde foi o primeiro Mestre daquela Ordem, e a fundou e enriqueceu neste Reino. Fundou os Castelos de Tomar, Pombal, Almourol, Idanha, Monsanto, e outras nobres Povoações. Morreu neste dia [17 de Abril] ano de 1295.

Pe. Francisco de Santa Maria in «Ano Histórico, Diário Português: Notícia Abreviada de pessoas grandes e coisas notáveis de Portugal», 1744.

Das qualidades dos Cavaleiros da Ordem de Cristo


Pela excelência desta Ordem ser de Jesus Cristo, nosso Senhor, e pela insígnia da Cruz que tem, que entre todas as das Ordens Militares, mais se assemelha e parece à em que Ele padeceu, merece ser muito venerada e respeitada: pelo que os que a ela forem recebidos, devem ser Nobres, Fidalgos, Cavaleiros, ou Escudeiros, limpos sem mácula alguma em seus nascimentos, nem outros impedimentos e defeitos que se apontam abaixo nos interrogatórios, porque se há-de perguntar, quando se habilitarem: e os Papas Pio V e Gregório XIII no ano de 1572 proibiram que nenhuma pessoa que descendesse de Mouro ou Judeu, ou fosse filho de mecânico* ou mecânica, nem neto de avô e avó mecânicos, possam ser recebidos ao hábito desta Ordem; o que ordenamos e definimos que assim se cumpra e guarde inviolavelmente, sem dispensação, nem remissão alguma, por ser tão necessário à autoridade e reputação da Ordem, e conforme ao que el-Rei D. Filipe II, de boa memória, Governador e perpétuo Administrador desta Ordem, com estas considerações resolveu e mandou por sua carta assinada de sua Real mão de 28 de Fevereiro de 1604, de que a cópia é a seguinte...

Fonte: «Definições e Estatutos dos Cavaleiros e Freires da Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo», 1717.

*É chamado de mecânico a todo o género de ofícios manuais ou servis, como carpinteiros, pedreiros, alfaiates, sapateiros, etc.

Família


Família. Foi fundada por Deus quando deu Eva por companheira a Adão, abençoando-os e dizendo-lhes que se multiplicassem. Sempre que uma mulher aceita unir-se a um homem, com a bênção de Deus dada à face da Igreja, com o fim de terem filhos [Matrimónio], fica constituída legitimamente uma família cristã.
Os membros de uma família, que formam o lar doméstico, devem propor-se os seguintes fins: a) o bem-estar, pelo trabalho de todos; b) a paz, suportando-se mutuamente; c) a alegria, dedicando-se ainda que com incómodo próprio; d) a vida virtuosa, sendo fiéis à lei de Deus e à lei da Igreja; e) o auxílio mútuo, sobretudo nas dificuldades e nas doenças.

Pe. José Lourenço in «Dicionário da Doutrina Católica», 1945.

Os Nominais


Nominais. É o nome de uns Filósofos, que, seguindo a opinião de Guilherme de Occam, Religioso de S. Francisco, de nação Inglês, e discípulo de Escoto, querem provar que não há ciência das coisas [= entes, seres] em geral, mas só dos nomes comuns das ditas coisas; por isso lhes chamam Nominais. Pretendem que o que os Lógicos chamam Universais, sejam meros conceitos dos homens, sem que realmente exista no mundo natureza [= essência] alguma comum a muitos; por esta razão se diz deles que são escassos de coisas e pródigos de palavras. Santo Anselmo da Cantuária [Doutor da Igreja] lhes chama Hereges da Dialéctica.

Pe. D. Rafael Bluteau in «Vocabulário Português e Latino», Tomo V, 1716.

Adágios portugueses sobre o mês de Abril


Abril águas mil, coadas por um mandil.
Abril frio, pão e vinho.
Abril frio e molhado, enche o celeiro e farta o gado.
A ti chova todo o ano, e a mim chova Abril e Maio.
Altas ou baixas, em Abril vêm as Páscoas.
Do grão te sei contar, que em Abril não há-de estar nascido, nem por semear.
Em Abril queijos mil, e em Maio três ou quatro.
Em Abril vai onde hás-de ir e torna ao teu covil.
Frio de Abril, nas pedras vai ferir.
No princípio ou no fim, Abril soe ser ruim.
Por todo Abril, mau é descobrir.
Sono de Abril, deixa-o a teu filho dormir.
Fica-te embora mundo, deixar-me-ás Abril e Maio.
Uma água de Maio, e três de Abril, valem por mil.
Por Abril dorme o moço ruim, e por Maio o moço e o amo.
Entre Abril e Maio, moenda para todo o ano.
Quem me vir e me ouvir, guarde pão para Maio e lenha para Abril.
A rês perdida, em Abril cobra a vida.
As manhãs de Abril são doces de dormir.

Fonte: «Vocabulário Português e Latino», Tomo I, 1712.

Páscoa 2024


Porque assim como a morte veio por um homem, também por um homem vem a ressurreição dos mortos.
(I Cor. XV, 21)

O blogue VERITATIS deseja a todos os amigos e leitores uma santa e feliz Páscoa da Ressurreição.

Crux Fidelis


Do ofício de Sexta-Feira Santa:

Ó Cruz mais saudável que outra alguma, única árvore digna de honra e o objecto de nossa Fé: bosque algum produziu outra semelhante em folha, em flor e em fruto. Este lenho amável sustenta um doce peso, cravado sobre ele com cravos preciosos.

Fonte: «Ofício da Semana Santa em Latim e Português», 1779.

Maçonaria promove o Islão em França


Passo a citar um registo histórico bem significativo de como o Islamismo anda há muito tempo a ser usado como arma de arremesso contra a Europa pelos inimigos da Cristandade:

O governo franco-mação que dirige os destinos da República francesa, deu local e dinheiro para se edificar em Paris uma mesquita. (Sem comentários).
Fonte: «Voz de S. António: Revista Mensal Ilustrada», 2º Ano, Nº 15, Março de 1896.

A dialéctica como método de subversão revolucionária


A dialéctica hegeliana é o método filosófico revolucionário por excelência, segundo o qual a Verdade não é fixa e definida, mas em constante renovação e aperfeiçoamento, enquanto síntese de ideias contrárias.
Segundo o método dialéctico hegeliano a ideia/posição original é chamada de tese, à qual se contrapõe uma ideia/posição radical chamada de antítese. Como solução entre esses dois "extremos" procura-se um consenso, um meio-termo entre as duas posições opostas, que é chamada de síntese. Com o tempo esta síntese converte-se numa nova tese, a qual é confrontada com uma nova antítese, de onde surge uma nova síntese, etc. E assim, dialecticamente, de síntese em síntese, ou de consenso em consenso, vai avançando a Revolução ou subversão ideológica na Ordem moral, social, política e religiosa.
A Revolução, ou Reino Social do Anti-Cristo, tem-se desenvolvido gradualmente desde o Iluminismo nas inteligências e nas sociedades, demolindo e corrompendo, fazendo uso de processos dialécticos. Um exemplo clássico e bem evidente de subversão dialéctica foi a criação das chamadas Monarquias constitucionais e parlamentares, como síntese entre Monarquia e República.

Das qualidades dos Cavaleiros da Ordem de Santiago


Nos estatutos desta Ordem, capítulo quarto, se ordena que o cavaleiro, a quem se houver de dar o hábito, seja de limpa e nobre geração, sem raça alguma de Mouro ou Judeu, ou outra infecta nação, e no Definitório novo se tornou a definir o mesmo; e é isto tão necessário que quem, com alguma das faltas que ali se apontam, recebesse o hábito, cometeria um grande sacrilégio, e por isso quando lhe fazem profissão, depois de lhe perguntarem se tem alguma coisa de Mourisco ou da nação, e ele responder que não, lhe declaram logo que veja bem o que diz, porque em qualquer tempo que se souber o contrário, o deitarão da Ordem, e lhe tirarão o hábito, com o que bem se dá a entender que não ficará válida a profissão, nem o tal professo poderá comer pão algum da Ordem, pois realmente não é professo.
O que nesta matéria é para estranhar mais que tudo, é que haja homens, os quais não podendo ignorar que há alguma falta destas em sua geração, não deixam contudo de ser pretendentes ao hábito, sendo que lhe não pode servir a pretensão mais que de maior ignominia, porque se não alcançar o fim dela por este impedimento, ficará mais patente aquilo que entre muitos, ou se não sabia, ou era duvidoso. E se o alcançar, ainda tenho isto por pior, porque é embaraçar a consciência com os escrúpulos que temos dito.
Costumam-se fazer as diligências com grande exacção e com muito segredo, sem intervir o pretendente, nem outrem por ele, mais que com os custos que primeiro se depositam; e não permita Deus que nesta matéria haja cavaleiro, ou freire, que não faça com toda a inteireza o que tem obrigação, porque além de cometer um grave pecado de perjúrio e sacrilégio; seria digno de gravíssimo castigo, pois se pode daí seguir um tão grande absurdo, como é desonrar toda uma Religião [= Ordem Religiosa] por amor de um sujeito, que por outros caminhos pode alcançar grandes honras, se as merece.

Pe. António Pereira in «Compêndio e Declaração da Regra e Estatutos da Ordem Militar de Santiago», 1659.

O diabo nas Câmaras


Alban Stolz, alemão, dizia em 1845: «Se fosse eu o diabo, e o povo me elegesse para deputado, só apresentaria às Câmaras uma proposta que atulharia o Inferno de clientes: Proporia a completa separação das escolas da Igreja.»
Em quantos deputados não está o demónio encarnado!...

Fonte: «Voz de S. António: Revista Mensal Ilustrada», 2º Ano, Nº 15, Março de 1896.

João de Deus


Entusiastas as festas em honra do nosso mavioso lírico João de Deus. Tudo quanto se lhe fez, ele o merecia, pelo seu talento, pela sua modéstia, pelo seu desinteresse. Mas é pena que entre tantas demonstrações de simpatia para com o ilustre vate, ninguém se lembrasse em Lisboa de agradecer ao Dador de todos os bens a conservação de vida tão preciosa, para continuar a honrar a Pátria com o seu nome e a moralizar com os seus escritos.
Uma solenidade religiosa, por simples que ela fosse, no dia de João de Deus, santo, para comemorar o natalício de João de Deus, poeta, teria dado aos festejos profanos em sua honra o mesmo brilho que o sol comunica à lua; teria sido mais sério tanto regozijo e mais português e mais digno de João de Deus. Era assim que faziam os antigos portugueses: para comemorar altos feitos ou perpetuar a memória de brilhantes batalhas, levantavam templos ao Deus das vitórias e instituíam solenidades ao Rei imortal.

Fonte: «Voz de S. António: Revista Mensal Ilustrada», 1º Ano, Nº 3, Março de 1895.

Do orçamento da República Francesa para 1896


O projecto do orçamento dos cultos para 1896, em França, apresenta uma diminuição de 270.800 francos ao votado para 1895.
Estas reduções somente são feitas para o culto católico, porque aos protestantes e aos judeus são conservados todos os créditos, excepto uma pequena redução de 3.800 francos. Para os seminários católicos não é estabelecida nenhuma subvenção, enquanto aos dois seminários protestantes são dados 26.500 francos, e o seminário israelita recebe 22.000 francos do Estado.
Não espanta, porque actualmente a guerra contra a Igreja Católica, em França, é encarniçada. O ministério francês é franco-mação e a franco-maçonaria tem o maior empenho possível em destruir e Igreja e exterminá-la da face da terra. Por isso combate-se o dogma, atacam-se as ordens religiosas, suprime-se em parte o orçamento dos cultos e muitas outras iniquidades são consumadas.

Fonte: «Voz de S. António: Revista Mensal Ilustrada», 1º Ano, Nº 12, Dezembro de 1895.

Adágios portugueses sobre o mês de Março


Água de Março, pior é que nódoa no pano.
Em Março, queima a velha o maço.
Em Março, nem rabo de gato molhado.
Março Marçagão, pela manhã rosto de cão, à tarde Verão.
Março ventoso, Abril chuvoso, do bom colmeal farão astroso.
Quando troveja em Março, aparelha os cubos e o braço.
Quem não poda em Março, vindima no regaço.
Se não chover entre Março e Abril, venderá El-Rei o carro e o carril.
Sol de Março pega como pegamaço e fere como maço.
Se queres bom cabaço, semeia em Março.

Fonte: «Vocabulário Português e Latino», Tomo V, 1716.